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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Ferreira - Duque de Bragança 20 anos



Característica diferenciadora: Consistência de qualidade

Preço: 31 €

Onde: Makro

Comentário: Este é um daqueles vinhos que torna qualquer dia especial! Proveniente de um engarrafamento de 2012, este é um tawny exemplar! Exemplar na cor que apresenta, com uma mistura de tons castanhos e vermelhos, na finura de aromas, com especiarias, frutos secos e em calda e no corpo sedoso e sedutor. O final de boca é longo, muito demorado e de grande frescura. Enfim, um rol de coisas terrivelmente deliciosas que fazem da prova algo de absolutamente monumental! Apetece não parar nunca de beber! Um vinho obrigatório!

Sabendo que este vinho (como todos os Porto de 10, 20, 30 e 40 anos) resulta de um blend de vinhos com várias idades (este, segundo informação do produtor, é resultado de um lote de vinhos com idades compreendidas entre os 15 e os 40 anos), é de enaltecer a constância de qualidade e de perfil que a Ferreira consegue colocar no Duque de Bragança 20 anos. Sinal da qualidade dos vinhos que estagiam nas caves de Vila Nova de Gaia e de narizes muito afinados.

Provador: Bruno Miguel Jorge

domingo, 20 de janeiro de 2013

Duque de Viseu 2009


Característica diferenciadora: Relação preço/qualidade

Preço: 3,98€


Onde: Distribuição em geral 

Nota pessoal: 16,5

Comentário: Estou convencido. 2009 é um grande ano para a região do Dão. E bem que ela a merece... não têem sido poucos os vinhos que tenho bebido, mais baratos ou mais caros, que em 2009 estão simplesmente excelentes e a prometerem grandes provas para os próximos anos. E este é outro exemplo!

A destacar a tenacidade comercial deste rótulo... sobrevive no mercado há vários anos e aqui aparece agora em grande estilo.

Rubi médio... limpo e vivo. Aromas de caruma de pinheiro inicial e alguma fumado.
Na boca é muito bom. Cheio de fruta inicial, sem ser madura e com muita, muita elegância. Tostados. Ligeiro "amargar" na boca que desaparece à medida que respira.
Ganha muito corpo e força à medida que respira, e apesar de não parecer de imediato, este vinho precisa de comida.
Acidez excelente e muito bem balanceado. Muito, muito elegante e a dar certezas de bons anos em cave.
Vinho excelente para carnes estufadas, assadas... pede condimento e não vai desiludir de certeza. Nada de clichés de "para queijos...". Não é como a maioria dos tintos não são para a maioria dos queijos... mas enfim. Este, é para pratos de tempo a confeccionar.

Não é um vinho que impressione aromaticamente, ou pela sua dimensão na prova de boca... mas antes pelo seu registo elegante e sem se por em "bicos de pé" em nada. É bom e isso basta-lhe.

Gostei muito. A comprar para beber e guardar.

Provador: Mr. Wolf 

Caves do Solar de São Domingos - São Domingos 1997


Característica diferenciadora: 1997 em 2013...

Preço: 4,95€


Onde: Mercearia com garrafeira antiga... 

Nota pessoal: Sem nota.


Comentário: Não resisto a provar estas preciosidades. Como em tudo na vida, "provar" um pouco do passado faz-nos compreender melhor o presente e pode ajudar a construir o futuro. E provar estes vinhos, cheios de alma e conhecimento do que é a história do vinho de mesa Português é sempre um momento que nunca desilude. O máximo que pode acontecer é o vinho já não ter as propriedades necessárias... mas isso também acontece. Mas de resto, é sempre a acrescentar valor.

E então como estava este? Rolha impecável. Inteira e com lustro ainda.

Cor com notas de idade... prova delicada ainda. Alguma acidez inicial a marcar a prova, secundada de alguma fruta de mercearia antiga. Sim, aqueles aromas de fruta que está dentro das mercearias com os restantes géneros. Maças reinetas é o que talvez mais se aproxime... Estranhamente, passados alguns momentos os aromas assemelharam-se a legumes crus.

Prova gira, sempre com muito prazer e um vinho que apesar da idade, manifestou sempre limpeza de aromas e elegância. Fininho já na boca, mas com final ainda apreciável.

Um prova de passado.

Provador: Mr. Wolf 

Luis Pato Baga - Touriga Nacional 2010


Característica diferenciadora: Baga com Touriga Nacional em equilíbrio

Preço: 4,60€


Onde: Distribuição 

Nota pessoal: 16,5


Comentário: Alguns anos depois... cá volto eu a provar este rótulo. Habitué antigo da minha garrafeira, deixou de ser parte dela mais ou menos desde 2005. Por nenhuma razão em especial, embora penso que foi precisamente o de 2005, não foi totalmente do meu agrado... mas é um rótulo com história e que muito contribuiu para a boa história da Bairrada contemporânea.

Se é apreciador de vinhos marcados pela madeira, "perfeitinhos" nos aromas pouco expressivos... não vale a pena ler. O que estamos a falar aqui é um Bairrada jovem! 

Se quer um vinho de preço comedido, disponível na maioria dos supermercados para uma refeição em que vai ter tempo de o colocar à temperatura adequada (16-17 graus quando servir... ou seja, uns 15 minutos no congelador antes de decantar) e tem a possibilidade de decantá-lo uns 30 minutos no mínimo antes de servi-lo... deve experimentar este!

No copo manifesta-se muito limpo e escuro qb na tonalidade. Vivo na cor e com aromas que me dizem muito. Cheira a vinho! Cheira a adega de quem conhece os vinhos "rudimentares" (no melhor dos sentidos) da zona da Bairrada... O que é excelente. É terroir puro. É genuinidade.
Borracha e fruta... Uma taça constituída de borrachas, daquelas que tinham uma parte para apagar caneta e outra lapis... lembram-se? Anos 80-90? Aromas da parte da borracha para apagar lapis (a castanha atijolada)... Com mistura de frutas vermelhas.

Na boca... Uma mistura da rusticidade do aroma com muito polimento de fruta. Muito rebuçado e muito perfume doce. Depois surgem muitas notas de caruma de pinheiro seca.
Ligeiramente doce demais na boca, muito sedutor e ao mesmo tempo duro no final. Está ainda a fazer-se.
Acidez final adequada.
É talvez o blend de Touriga Nacional com baga na Bairrada mais interessante que já provei.
Precisa de muita cave.
Vinho ideal para um bacalhau com grão. Ou para um cozido de grão.

Após respirar, torna-se mais acetinado na boca surgindo notas muito giras de rebuçados de fruta silvestre. Algumas notas de pedra molhada na língua...
Touriga Nacionsl afirmativa. Vincada. Gostava de saber qual a proporção de TN no blend.
Vegetal qb... e cave... grita por cave.
Algum lácteo momentaneo e depois de respirar.
Acidez muito disfarçada mas presente.

Muito boa escolha e um preço muito bom. Vinho para qualquer comida bem condimentada... ou para guardar uns bons anos e ir apreciando de ano a ano.

Provador: Mr. Wolf 

Redoma 2004


Característica diferenciadora: Terroir do Douro

Preço: 25€


Onde: Distribuição e garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18


Comentário: A possibilidade de provar Redoma de 2004 - para mim, é só dos vinhos mais coerentes Portugueses, com elevado padrão de qualidade e respeito pelas características do Douro - 9 anos depois, sabendo que a proveniência da garrafa é de alguém que as cuida tão bem como eu... torna qualquer jantar num acontecimento! E assim foi...

Rolha impecável. Preta. Até apetecia carimbar, tal o seu púrpura negro fundo era bonito.

Cor já a denunciar alguns anos, mas em muita forma. Escura ainda. opacidade ligeira e limpa.

Nos aromas... e aqui é que está... fantástico. Aromas quentes, de carnes, fumeiro e muito, muito perfumado. Uma delícia.
À medida que respira - não foi decantado - no copo, surgem surpreendentes notas de lavanda, alfazema, muito frescos que dão muita graça à prova de boca.

Pouca acidez - ou talvez porque se seguiu à prova dum Touriga Nacional da Quinta da Pellada 2004 - e ligeiramente doce na boca, no entanto a frescura aromática confere uma finesse pouco comum em Portugal e muito menos no Douro... sem no entanto fugir minimamente das suas raízes.

De gole em gole, o vinho cresce, ganhando notas muito giras. Leves aromas de noz moscada, muito fresco e muito elegante. Equilibra-se a acidez a mostrar que ainda se podia guardar mais uns tempos.

Excelente vinho, no seu auge, na minha opinião.

Redoma... é sempre uma escolha acertada. Sempre. Seja para consumo imediato - como os mais recentes, em que o de 2007 era um hino à fruta vermelha e concentração - seja para longos e felizes anos em cave.

Provador: Mr. Wolf 

Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004


Característica diferenciadora: Touriga Nacional jovial

Preço: 70
€ (Garrafa magnum)

Onde: Distribuição e garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17,5

Comentário: A última duma série de 3 em magnum... vinho sempre dificil de compreender.
Nem sempre disponível para ser bebido.
Nos primeiros anos com muita força e desiquilibrado...e agora? 9 anos volvidos... como será que está? Bom, no copo está muito escuro.
Carácter tintureiro muito evidente. Encarniçado e brilhante ainda, com tingimento do copo imediato.
Aromas a atacarem o nariz de carácter eminentemente vegetal. Mentol... cânhamo... refrescante nos aromas.
Na boca é impressionante a acidez que ainda mantém. Notas muito terrosas e final vegetal ... de ervas verdes cortadas.
A sensação de criança do Vick Vaporub invade-nos o palato, trazida pela memória... No melhor dos sentidos e com lástima... quando estava doente, não eram mezinhas destas que me davam, apesar da semelhança de alguns aromas.

À medida que respira, "abrem" mais aromas e surgem notas de clara de ovo que desaparecem e aparece finalmente algum couro a domesticar os aromas vegetais e de terra. Café torrado.

1 hora depois de aberto e decantado, está no ponto.

Elegante, onde as notas todas iniciais se casam e se transformam num aroma evidente de Touriga Nacional, mais vegetal e floral e na boca com muito cetim, apesar dos seus taninos estarem sempre eriçados. Mas até se comportam bem...
Curiosamente não tenho encontrado este vinho à venda... mas é uma pena. O Dão necessita de mais vinhos destes, com reconhecimento de rótulo, sempre inovador como Álvaro de Castro nos habituou....e com personalidade vincadíssima.

Um bem haja para as equipas que produzem estes vinhos.

Provador: Mr. Wolf