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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Portal LBV 2004


Característica diferenciadora: Estrutura

Preço: 17 euros (aproximadamente)

Onde: Garrafeiras especializadas

Comentário: A Quinta do Portal faz grandes LBV´s! Este 2004 é cheio, denso e profundo. Acompanhou um Chiffon de Chocolate, numa maridagem absolutamente monumental … o doce e o Porto pareciam ter sido feitos e pensados para se encontrarem, tal foi a perfeição e a intensidade do momento. O vinho é doce mas tem uma acidez que torna a prova muito fresca. Gostava também de o provar com uns queijos secos. O vinho está muito bom de se beber mas não vira a cara a mais uns anos valentes de cave. 

Provador: Bruno Miguel Jorge


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Poeira 2008

Característica diferenciadora: Fino

Preço: 30€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18

Comentário: Poeira, é Poeira... único e pioneiro no estilo em Portugal.
Coerente e bom! 2008, um ano especial em que tenho provado vinhos distintos e bons. Não faço ideia se choveu muito ou pouco, nem em que meses... sei que os vinhos normalmente são bons!

Este Poeira não foge à sua origem. Sempre com acidez, nariz com aromas discretos inicialmente, mais evidentes durante a prova. Algumas notas de madeira e fruta. Ligeiro vegetal. Inicialmente parece curto, mas à medida que respira ganha dimensão. A acidez comanda, deixando no entanto um bom balanço para que a prova de boca seja boa. O vinho seca literalmente a boca toda, como que a vaticinar que foi muito cedo para o beber... e foi. Apesar de ter sempre o selo de muita qualidade e elegância, ou se decanta previamente (tipo 2 horas...) ou não se beba antes de 2014, 2015... Nós não fizemos nem uma coisa nem outra... quando se estava a equilibrar no copo, como fruta bem expressiva já, acabou. Normalmente é assim com o Poeira.

Para quem conhece bem os anos de Poeira, diferente este. Gostei muito dos de 2004 e 2007 e fiquei com muito boa impressão do de 2009. Adorei o de 2001 e 2002 foi extraordinário, para mim. Este de 2008 volta a ter algo parecido com o de 2002, para mim. É esperar e paulatinamente ir provando uma garrafa a ver quando atinge o seu esplendor, sempre em elegância, fora dos enjoos de vinhos que persistem em lançar para o mercado.
Vinho em prova cega com: Quinta da Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2003, Quinta do Monte D´Oiro Reserva 2007 e Domaine Charvin 2003

Provador: Mr. Wolf

domingo, 30 de setembro de 2012

Domaine Charvin Châteauneuf-du-Pape 2003

Característica diferenciadora: Tudo é diferente...

Preço: 55€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18,5

Comentário: Era com muita dificuldade que conseguia manter esta garrafa na minha garrafeira... adquirida há uns meses por recomendação do Pedro do Cabaz Tinto, lá me enchi de coragem e resolvi incluí-la numa prova a ser efectuada em Setembro. Expectativa grande... 95 ou 96 pontos na Wine Spectator...Um bom Châteauneuf-du-Pape, como me explicaram... e pelo facto de gostar de vinho e gostar de conhecer coisas diferentes, desde que boas... andava aqui em pulguinhas. Bom... depois de servir o Quinta da Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2003, o caminho óbvio era este... ninguém suspeitava da origem tão diferente do vinho.

Para o copo! Ui... translúcido... quase, quase "palheto". Mau. E o nariz? Mau. Notas de cavalariça... ou seja, gestão de expectativas minhas, nota 0. Estava destroçado. Pensei, "ainda não é desta que provo um vinho característico desta região"... mentira!

O vinho arejou, perdeu literalmente todo o aroma desagradável e ganhou aromas evidentemente cítricas. Sim. Sabem as laranjas cristalizada do Bolo Rei? É isso. Na boca a delicadeza do vinho, limpíssimo, translúcido dum rubi ligeiramente bronzeado, é acompanhada duma estrutura como nunca vi nada assim..."o vinho depois de engolir, sobe pela língua acima uma onda de sabores e sensações impressionante" - comentou-se. Completamente diferente do que provamos cá, sem desconsideração, obviamente. É diferente e ainda bem.
A fruta que o vinho tem é toranja. Sim. Toranja. Daquela quando está madura, mas que nunca deixa de ser ligeiramente ácida. A língua sente os efeitos de picante, pimenta... exactamente. E tudo, cheio de sensações e sabores, mas com uma leveza de extracção inigualável. O que parecia um vinho "leve", é de facto uma construção para durar décadas, sem dúvida.

Excelente! Pela diferença e pela qualidade. Grenache e Syrah. Excelente.

Vinho em prova cega com: Quinta da Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2003, Quinta do Monte D´Oiro Reserva 2007 e Poeira 2008

Provador: Mr. Wolf

Quinta de Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2003

 
Característica diferenciadora: Baga de classe internacional

Preço: 40€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18

Comentário: É sempre um acontecimento à mesa retirar o invólucro que separa a atmosfera da rolha destas garrafas... esta, é a última duma caixa de 6. Paciência. Mas teve um final feliz, num bom jantar, repleto de outras boas "amigas" a quem retirámos a rolha. Começámos pelos anos de 2003 e evoluímos para 2007 e 2008, tudo às cegas.

Bom, qual catarata do paraíso, lá escorremos para os 4 copos e contemplámos como se comportaria.Cor entre o rubi e o café escuro. Limpo. Pouca consonância sobre o que seria, até que se ouve um "isto é baga, muito bem trabalhada". É verdade. Coerente com a sua idade, não foi com dificuldade que os cerca de 8-10 anos de vida foram sugeridos. É fiél. Identifica-se claramente que não é novo, mas que tenha a idade que tenha, está em excelente forma. Taninos perfeitos. Estão lá, mas macios. Aliás, o vinho parece que tinha sido guardado em garrafas de vidro, forradas a veludo. Intensidade máxima, à medida que respira. Ganha fruta, crispa os lados mais silvestres de bagas encarnadas, ainda não muito maduras na parte lateral da língua. A acidez afinal está lá ainda... mas muito bem educada.

Vinho em prova cega com: Domaine Charvin Châteauneuf-du-Pape 2003, Quinta do Monte D´Oiro Reserva 2007 e Poeira 2008

Provador: Mr. Wolf

Campolargo Branco do Tonel 2010

Característica diferenciadora: Fresco

Preço: 6€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 16

Comentário: Produção de garrafas que sairam com a Revista dos Vinhos. Arrojo em colocar Bical e Chardonnay. Resulta bem... cor amarelo já com ligeira oxidação. Nariz com notas cítricas. Não há aqui a "gordura" do Chardonnay típica, antes mineralidade. Vinho interessante. Tem peso, quer na cor quer na boca, mas não pesa. Não sei se resultará bem a cave, mas atentarei em provar algumas no próximo verão.

Excelente para peixes gordos ou carnes brancas grelhadas,
Provador: Mr. Wolf

Quinta do Monte D´Oiro Madrigal 2010

Característica diferenciadora: Viognier... sem chatear

Preço: 18€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17

Comentário: Confesso que bebo Madrigal há algumas colheitas, sem que nunca me chamasse muito à atenção. Sempre encontrei neste vinho "leveza", delicadeza e uma cor pálida muito bonita. Mas nada que me fizesse procurá-lo.
Por sorte, provei uma vez um que não era do ano mais recente e fiquei pasmado com a intensidade que o vinho tinha. Comecei a prestar mais atenção... e é neste cenário, que após provar já algumas garrafas deste ano de 2010, resolvi colocar as minhas observações.

O vinho é muito bom.
Eu não conheço bem esta casta...dos poucos vinhos portugueses que já provei com Viognier, confesso que quase sempre os achei demasiados espessos e enjoativos.
O Madrigal não é, nem uma coisa, nem outra. É reservado de aromas e tímido na cor. Engana, pois na boca tem muita tenacidade. Reconheço-lhe "verdura", cítrico, lima. Muito bem balanceado do ponto de vista de acidez e álcool, ganha proporção à medida que a temperatura sobe. Não enjoa nunca e é muito "limpo". Ligeiramente mineral, na entrada de boca, e com notas evidentes de lima e ligeira relva quando se corta. Conquista pela coerência de intensidade ao longo da prova e da refeição. Vicia.

Vou guardar para provar as que restam nos próximos anos.
Provador: Mr. Wolf