Translate

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Domaine Chamfort 2008


Característica diferenciadora: Terra.


Preço: 9€

Onde: e-stores

Nota pessoal: 16,5

Comentário:  Limpo na cor, grenada mate. 
Aromas imediatos de fruta podre. Alguma erva húmida, estilo mata quando chove e com muita madeira e caruma molhada. 
Aromas de clara de ovo ligeiramente desagradáveis... mas passado algum tempo melhora e fica com aromas mais quentes. Cacau e bosque. A precisar de cave. Bom no entanto pela diferença, mas necessita cave. 

Provador: Mr. Wolf

Mouchão 2007


Característica diferenciadora: Mouchão.


Preço: 27€

Onde: Qualquer garrafeira que se preze.

Nota pessoal: 18.5

Comentário:  Provavelmente o Mouchão que provo com menos anos de garrafa... mas não me contive.
Escuro... Rubi muito escuro com brilho de sangue vivo. 
Aroma inconfundível e único. Que delicia. Vegetal e quente ao mesmo tempo... Que hino ao Alicante Bouschet. Especiado ao fundo... Extremamente sedutor.
Nervos para provar... nunca provei nenhum tão jovem... Estrondoso! Pujantissimo, muito corpo e volume imediato, a mostrar que está a fazer-se ainda. 
Está jovem, pulsante e já muito complexo. Fechadissimo. 
Taninos a guerrear com a suavidade que só o Mouchão consegue no Alentejo. Tanto, mas tanto para dizer... Muito verde ainda, fresco qb e com uma austeridade muito british. É um portento! Quem tiver possibilidades e gosto por conhecer e aprender o que é um grande vinho e essencialmente uma grande experiência sensorial, compre por favor Mouchão. E prove. 
Obrigatório guardar.

Provador: Mr. Wolf

Chateau de Viaud-Lalande 2010


Característica diferenciadora: Espessura e elegância


Preço: 13€

Onde: Comprei na Wine-Time (on-line)

Nota pessoal: 17

Comentário:  Há que ser honesto... pelo preço e pela proveniência, estava tão confiante neste vinho que quando fui à garrafeira buscar a garrafa para jantar - nessa noite ía ser a minha companhia - trouxe logo um Lybra do Monte D´Oiro também, não fosse correr mal e não me apetecia voltar à cave... tal era a expectativa.
Cor de mediana opacidade. Muito limpo, auréola quase rosada. Rosado escuro. Bonita a expressão cromática. Bom, vamos lá ver então o "nariz que diz".
Aromas marcados por componentes mais terrosas que florais. Muita terra molhada... Primeiras chuvas pós verão, ainda com amena temperatura. É a isso que cheira. Final aromático balsâmico, alguma mineralidade e essencialmente muito equilíbrio. Harmonioso nos aromas que emana. Bom.. parece que temos vinho para acompanhar os cogumelos Portobelo que preparei para acompanhar um Cordon Bleau que estava bem bom. 

Prova de boca coerente com o início do exercício... Gradual na sua imposição, exprime-se mais pela harmonia do que pela evidência. Interessante. Pede comida e tem mais "arcaboiço" do que a experiência sensorial aromática deixaria adivinhar.

Especiadíssimo, tem uma interpretação do Cabernet Sauvignon muito distinta, extraindo-lhe o melhor carácter picante possível, bem como notas frutadas, extraordinárias pela leveza e ao mesmo tempo pela acuidade que tem. 
Que excelente vinho. Vale muito pela persistência que tem, pela largura no paladar e sempre em equilíbrio. Tem força, mas também bastante descrição. Bom vinho a muito bom preço de mercado.

Gostei, comprei mais umas garrafas pois acho que vale muito a pena pois é um bom exemplo, pelo preço acessivel, do blend de Bordéus.

Provador: Mr. Wolf

Domaine Guigal Côte-Rôtie Brune et Blonde 2001


Característica diferenciadora: Elegância e mineralidade.

Preço: 45€

Onde: On-line- Experimentar procurar no wine searcher

Nota pessoal: 18


Comentário:  Gosto dos vinhos do Rhône. É verdade. Constato isso pois sempre que bebo, apesar de não serem estonteantes para os sentidos no primeiro impacto, sabem sempre de forma estonteantemente bem... Este é um achado de E.Guigal.
96% de Syrah e 4% de Voignier. Dois solos diferentes... Brune, com solo rico em óxidos de ferro e Blonde... silico-calcário... e depois o mais curioso... produções normalmente superiores a 200.000 garrafas... enfim.
Esta de 2001 foi adquirida em leilão... pelo que desconheço a proveniência apesar da garrafa parecer impecável.
E o vinho? Cor rosada, translúcida com laivos rubi.
Aromas muito frutados,onde o que impressiona é a clarividência com que identificamos morango, ao mesmo tempo que apresenta também notas muito terrosas.
Boca perfeita, iluminada por equilibrio, fruta, e muita mineralidade. Enche sem pesar absolutamente nada. Parece sumo... no melhor dos sentidos.
Ao longo da prova apresenta casca de laranja, muito carácter mineral, sabe mesmo a "pedra"... isto para quem, como eu, quando era puto e andava à pedrada com os outros miúdos, havia sempre um ritual, não sei se por superstição ou não, tocavamos com a ponta da língua nos projécteis para calibrar a pontaria... mas o certo é que ainda sei que um resto de tijolo, sabe completamente diferente dum calhau da calçada... felizmente, em adulto, o que mais se aproxima são de facto algumas sensações em vinho como esta. Bom, pedradas à parte, o vinho é muito, muito bom. Prima pela intensidade de fruta e pela elegância.

Provador: Mr. Wolf


Luis Pato Vinha Pan 2000


Característica diferenciadora: Luis Pato + Baga + 2000.

Preço: 25€

Onde: Não sei... garrafeiras muito boas, ou leilões.

Nota pessoal: 18


Comentário:  Vinha Pan é o nome querido para identificar a vinha da Panasqueira. 8500 videiras de Baga, plantadas nos anos 80, solos argilo-calcários em encosta virada a sul. Luis Pato... compreende-se por esta apresentação inicial que provar uma garrafa destas, é além da apreciação intrínseca do vinho, beber e ver a escrever uma página de história do vinho da Bairrada da era contemporânea. Mesmo que o vinho não fosse bom, valia pela experiência empírica. Pois meus amigos e amigas... não é o caso. O vinho é muito bom.

Fino na cor, rubi grenado, muito limpo e translúcido.
Aromas imediatos de pinheiro, caruma, resina. Eucalipto. Muito mentolado. Baga no seu esplendor, quando se apruma e se torna elegante.
Como explicado anteriormente, cerca de 20 anos após a plantação na vinha da Panasqueira, em solos argilo calcários, virada a Sul, engarrafou-se este vinha Pan...Mais de 12 anos após o engarrafamento, prova-se. Ainda só com o nariz e olhos... De destacar a imaculada e belíssima rolha, a respirar saúde.
Bom, há que tocar-lhe com a língua!

Limpo de sabores, taninos "sonsos"... Não se dão por eles inicialmente, mas estão lá e pregam grandes partidas, acutilantes e alicerçados em excelentes camadas de sensações primárias mais terrosas e vegetais. Barro húmido e eucalipto.
Após uns 20 minutos no copo, despe-se de preconceitos e mostra-se a Baga como ela é.
Muito músculo e adstringência, mas também muita profundidade e frescura. Devia mesmo haver pastas de dentes com toques de baga. Comparado com hortelã, a frescura da Baga faz em 5 segundos na boca o que a hortelã não faz em 5 minutos de infusão. Deixa tudo limpo e arejado, fresco e neutralizado. Diria mais... Purificado.

Devia-se beber baga 100% pelo menos uma vez por semana. Eu tento.

Agora é esperar que venha a fruta. Demora, mantém-se a frescura vegetal, os aromas de lenha seca.
Não tem fruta... A não ser castanha, no máximo. 1 hora depois de aberto e no copo é impressionante a acidez do vinho. 
Sensação de pedra molhada, limpo e crescente. Aromas muito carnudos agora. Gordura. Uau! Que transformação. Mas sempre impecável na estrutura, tenacidade e "goma". Sim, "goma". Vincado, erguido.

É comprar, ter paciência para ajustar a temperatura ao tempo que se deve decantar para que quando se serve esteja no máximo no início a 16º (não esquecer que numa sala em casa, normalmente a temperatura social é de cerca de 22º-24º... dificilmente menos de 20º) pois no copo, em alguns minutos sobe para 18º-20º. Aqui convém bebe-lo e pedir mais do "fresco"!

É de "levar à igreja" este vinho!

Mais uma vez... Luis Pato não falha. Magnífico.

Provador: Mr. Wolf

domingo, 8 de dezembro de 2013

Château La Grande Clotte 2009


Característica diferenciadora: Um amostra bordalesa.

Preço: 15€

Onde: E-stores (wine searcher por exemplo)

Nota pessoal: 16.5

Comentário:  Bordéus, mais propriamente Lussac. Solos argilo-calcários com 80% de Merlot e 20% de Cabernet Franc. Algumas vinhas com mais de 60 anos. Michel Rolland com responsabilidade na enologia... bom, vale pela curiosidade. Na maioria destas "experiências" que faço de comprar às cegas, acabam esquecidas nas minhas memórias, pois felizmente dou-me ao luxo de escrever aqui só sobre os vinhos que gosto. Quando não gosto, não me dedico a investir tempo numa acção "negativa", muito menos a opinar sobre a qualidade do trabalho de outras pessoas. Este tive receio ser um desses casos. Foi quase.

Aroma muito fino e especiado com aromas mais expressivos de pimento. Aberto na cor, mediana concentração. 
Boca cheia apesar do registo de elegância, especiado e pimento na entrada... mantendo-se fino e elegante no fim. 
Balsâmico, algum aniz no aroma e retronasal mas muito equilibrado. 
Aromaticamente muito interessante, com fruta estilo ameixa branca, quase cítrico e com fruto seco ao mesmo tempo. Não é um vinhão de encher as medidas... em nada. Mas é um bom vinho pelo registo e equilibrio. 
Aquém no entanto das expectativas em termos de volume de boca, acidez e final...vale pela disponibilidade nas lojas do aeroporto a um preço comedido. Só por isso. 

Provador: Mr. Wolf

Curiosidades de quem nos visita! É de que país?

Achámos curioso partilhar. Vamos publicar todos os meses os países mais representativos que nos visitam e respectiva região do planeta! Em Novembro foi mais ou menos assim:

Portugal 55%
Estados Unidos 15%
Brasil 10%
Luxemburgo 3%
Rússia 2%
Alemanha 2%
França 1%
Suiça 1%
Reino Unido 1%
Vietname 1%
Outros 9%

Poeira 2008


Característica diferenciadora: Elixir de elegância e fruta.


Preço: 35€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5

Comentário:  Poeira dispensa apresentações... o que não significa que se abra sem a devida preparação ou conveniente briefting... neste fórum, é um velho conhecido e sabemos bem o que abrimos quando pegamos numa garrafa de Poeira!
Escorreito e muito virtuoso no rubi com que se apresenta... há que compreender que são quase 5 anos em garrafa. Parece acabadinho de engarrafar.
Aromas sérios, masculino sem vincar muito nas expressões de fruta, o que é bom, mas mais minerais, quase com aparas de lápis... num registo sempre distinto e discreto.
É sem dúvida o perfil de vinho que mais prazer me dá. Não se evidencia logo, insinua-se e nunca "pesa" em nada. Precisa é de cave. 
Este de 2008 está a começar a ficar em forma para a mesa!
Prova de boca excelente. Está um verdadeiro hino à elegância. Fresquissimo, foi o rei da noite. Numa noite em que nem se procuravam comparações... pela disparidade de estilos à mesa, onde provámos um super Toscano, ou pelo conhecimento que já temos destes vinhos que abrimos... mas foi sem dúvida a garrafa que mais rápido acabou quando todas estavam abertas e a que melhor mais considerações de admiração recolheu dos convivas.
Depois de respirar está repleto de fruta encarnada, muita amora, e como é apanágio, acidez no ponto conferindo-lhe extraordinária elegância. Mineralidade a evitar que a fruta seja o actor principal.
É realmente "sumo", no melhor dos sentidos. Vivíssimo, equilibrado, intenso, muito homogéneo e com final muito longo. Memória de fruta muito delicada, encarnada e boa e extrema facilidade em beber. 
Maravilhoso.

Provador: Mr. Wolf


Quinta do Vale Meão 2008


Característica diferenciadora: Equilibrio e envolvência.


Preço: 55€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5


Comentário:  Quinta do Vale Meão é naturalmente sinal de qualidade e uma das bandeiras do vinho do Douro e de Portugal além fronteiras. É com satisfação que conseguimos ver a consistência das apreciações que a Wine Spectator atribui a este vinho Português, sabendo no entanto dar o devido valor a isso. Ou seja, é bom pelo reconhecimento além fronteiras, pela adequação ao perfil que o consumo da especialidade mundial aprecia e pelo retorno financeiro e de construção de marca - também da marca "Douro"- que significa.
Por isto tudo, são importantes os "galardões" das revistas internacionais. De resto, para nosso barómetro, não. Não precisamos ler a WS para quando pomos o nariz num copo de Vale Meão compreendamos logo que o vinho é extraordinário!
Passando então à prova deste de 2008!

Nariz com barrica expressiva de muita qualidade. É incontornável referir que de facto a barrica em que este vinho estagia acrescenta muito vigor aromático, sem se sobrepor no entanto ao vinho na prova de boca. Não é fácil.
Vinoso, marcado ligeiramente ainda pela barrica, emergem de seguida notas florais e cedro. O nariz é muito bom, muito expressivo e vincado. Não é propriamente "elegante" no nariz... mas como é bom, admite-se.
Boca muito elegante, muito fino e polido. Marcado por Touriga nacional, muito bem no entanto na boca. Eu não aprecio muito a expressão tradicional da Touriga Nacional... são mais as vezes que me enjoam do que as que me fazem desejar! No entanto, neste caso está no limite superior do tolerável e do floral.
Na minha opinião, dos melhores anos de Vale Meão.
Extremamente elegante, fruta estilo cereja sem estar muito madura, nada cansativo e ainda a crescer garrafa. Acidez presente e taninos moderados.
Final longo. Notas finais persistentes ainda "amendoadas"... mas faz parte do estilo Douro Superior, onde o Vale Meão é sem margem de dúvidas o melhor exemplar que podemos mostrar desse património tão importante para nós.

Excelente.

Provador: Mr. Wolf


Pape 2007


Característica diferenciadora: Elegância.


Preço: 25€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17

Comentário:  Pape é sempre Pape... PA de Passarela e PE de Pellada... para mim é o vinho mais consistente e equilibrado que Álvaro de Castro engarrafa ano após ano.
Segundo consta, este de 2007 provém de predominância - senão totalidade - de vinhas velhas de Touriga Nacional.
Cor rubi, translúcida e de mediana concentração.
Muito fino, estranhamente elegante para o que o Pape nos habituou. Recorte de barrica evidente, aromas e sensações mais "verdes", que tornam a prova ligeiramente curta, apesar do vigor inicial.
Vale sem dúvida pela elegância, num exercício de perfil do Dão, diferente dos Pape mais antigos. Guardar, pois apesar de não estar numa altura excepcional para provar, parece-nos que com o tempo vai melhorar e ganhar muito mais garra. A Touriga Nacional tem "muito disto"... é temperamental em cave.

Provador: Mr. Wolf

Giorgio Primo La Massa 2007


Característica diferenciadora: Um "super Toscano" galardoado com 97 pontos na Wine Spectator por si parece-me que chega... mas tem muito mais!

Preço: 70€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5

Comentário:  Ora aqui está uma estreia nossa, tardia, num Super Toscano!
Começamos bem... vinho do momento em Itália no ano de 2009, consagrado pela pontuação distintiva da conhecida revista Wine Spectator... resolvemos abrir e provar depois da "poeira assentar", como se costuma dizer.
E é aqui que chegamos... e 2013 onde resolvemos provar no nosso encontro anual em Penacova, focados em vinhos essencialmente com 5 ou mais anos.

Nariz peculiar a assegurar continuidade à cor e espessura do vinho. Muito escuro ainda, sem grande vivacidade no rubi, mas destacado na viscosidade com que se agarra ao vidro do copo... quase que caramelizado na opacidade. 
Bomba aromática cheia de ervas secas, azeitona e uns fantásticos toques de rosmaninho. Impressionante o nariz. Impressiona pela diversidade e contraste. Pela intensidade de aromas mais terrosos e ao mesmo tempo frescura de erva aromática. Muito giro.

Boca assombrosa! Pujança, cremosidade e equilíbrio.

Falsa acidez escondida, taninos vigorosos mas envoltos em veludo. Muito, muito polidos e ao mesmo tempo vigorosos. 
Muito diferente do que se produz em Portugal. O que é bom, para os dois países.
Muito potente. Volumoso e opulento. Cala-nos pela "diplomacia" com que nos agarra.
Muito encorpado mas extremamente elegante. É na dinâmica de volume e profundidade com delicadeza e acetinado que o vinho sobressai.
Memorável e muito, muito bom.
Blend com Merlot, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, está para durar.

Provador: Mr. Wolf

O que se bebeu no Wine Penacova Meeting 2013

Campolargo Espumante Pinot Noir Rosé 2008
Quinta das Bágeiras Espumante Garrafeira 2003
Poeira 2008
Quinta do Vale Meão 2008
Giorgio Primo La Massa 2007
Achaval Férrer Finca Bellavista 2008
Quinta do Monte D´Oiro Ex- Aequo 2008
Anima L8 (2008)
Esporão Private Selection Tinto 2008
Calda Bordalesa 2007
Campolargo Pinot Noir Tinto 2008
Pape 2007
Fonseca Quinta do Panascal Vintage 2005

Wine Penacova Meeting 2012

Casa Ferreirinha Antónia Adelaide Ferreira 2008
Alves de Sousa Abandonado 2007
Quinta do Vallado Reserva 2008
Esboço 2001
Campolargo Pinot Noir 2008
Flor de Pingus 2006
Passadouro Reserva 2008
Quinta do Noval Vintage 2000
Quinta das Bageiras Bruto Natural 2009
Graham´s Vintage Port 1985 - não estava em condições

Openday:

Bageiras Grande Reserva Bruto Natural 2003
Quinta das Bágeiras Pai Abel 2010
Quinta do Monte D´Oiro Madrigal 2010
Domingos Soares Franco Moscatel Roxo Rosé 2011
Buçaco Branco Reservado 2007
Quinta do Monte D´Oiro Reserva Tinto 2007
Anima L8 2008
Quinta do Vesúvio  2009
Xutos 79/11 Reserva 2008
Esporão Private Selection 2008
Vida Nova 2009
Calda Bordalesa 2007
Dona Touriga e o Castelão (Magnum) 2005
Sozinho, O Castelão (Magnum) 2007
Pape  2007
Campolargo Alvarelhão  2011
Dona Berta Vinha Centenária 2007
Passagem Reserva 2009
Quinta do Monte D´Oiro Ex-Aequo 2008
Marquesa de Alorna Tinto 2007
Hexagon 2005
Post Srciptum  2010
Pombal do Vesúvio 2010
Chryseia 2009
Poeira  2009
Achaval Ferrer Finca Bellavista 2008


Carcavelos Quinta dos Pesos 1990 1990
Moscatel Roxo Domingos Soares Franco Colecção 2003
Quinta do Panascal Vintage 2005 2005
Blandy´s Bual 10 Anos

Collares Viúva Gomes Reserva Tinto 1965

Característica diferenciadora: 48 anos depois da vindima.

Preço: Indiferente.

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5



Comentário:  Este é sem dúvida o comentário a um vinho cujo cuidado fotográfico procura fazer justiça ao respeito e admiração que tenho por estes vinhos. 

Verdadeiros vinhos de culto. 

Estonteante a longevidade, classe e pujança dum produto perecível que após 48 anos continua com um fulgor e qualidade absolutamente impressionantes. 
Pode ser verdade que a região de Collares foi prejudicada pela falta de consistência na qualidade dos vinhos. Tudo bem. Mas os anos que são bons, não são somente excepcionais. São míticos e calibram de novo a percepção sobre o que é a longevidade dum vinho.

Detalhe do contra rótulo
Detalhe de "Collares" como terroir e região
Este, após eu ter provado o de 1967 que estava majestoso, carregava aos ombros a responsabilidade de validar ou fragilizar a minha opinião sobre estes vinhos. Pode ter sido uma garrafa fantástica (a de 67) que num dia em que eu estaria propenso a provar e de gastronomia apropriada me soube extraordinariamente bem... ou o cair dum sonho e afinal não era nada disso... e remetia-nos para um vinho apreciável pela idade, mas nada mais do que isso. 
Mas não. Comprovou e carimbou com relevos de ouro a supremacia do carácter agreste, rude e vincado destes vinhos. Para serem apreciados por quem os queria apreciar. Não devem ser comparados a nada em Portugal. Nem impostos a nenhum enófilo da actualidade. Se não gostar, é indiferente. Arrolha-se e bebemos depois sozinhos.
Detalhe das letras em relevo dourado

O vinho apresenta-se com uma rolha de qualidade superior, retirada sem grande sacrificio apesar de cuidada posição do saca-rolhas e ligeiramente húmida.
Aromas de azeite imediatos. Torrados e tostados juntam-se à festa. Antes da expressão cromática, o potencial aromático é impressionante. 
Na realidade a década de 60 em Collares foi marcante. Nota-se ainda quase meia década depois em garrafa. Inigualável, penso eu. Mas conheço muito pouco ainda.
Viscoso a cair no copo, cor de café escuro de opacidade relevante, é na prova de boca que percebemos exactamente o que estamos a falar. Densidade que se aproxima dum Jerez, mas de expectativa... na realidade é extremamente liquido e nada pesado. 
11% e 0,65L- Curiosidades
É uma partida dos sentidos, que atentando à cor nos precipita para uma ideia de licoroso. Não. Nada disso! 
Vincado na acidez, duro e mineral ainda com muito sabor a ferro inicial, adequado para afastar os mais "inexperientes", é quando se foca nos conteúdos mais terrosos, coloniais ao melhor estilo de café acabado de moer em grão, armazém de coisas antigas mas limpas, ligeiro soalho encerado. 
Brilhante vivacidade, frescura e acidez a contrabalançarem as características mais evoluídas e naturais do bouquet.

Tenaz como o aço, vivo como um riacho escorreito por entre caminhos de pedras e sulcos, estes vinhos são uma enciclopédia para qualquer enófilo... melhor que qualquer workshop que se faça... basta-nos uns bons copos largos o suficiente, paciência para o colocar à temperatura adequada - 14º-15º quando se abre - e paciência e abertura de espírito para provar este vinho ao longo duma refeição. 
Fale-se no fim, não quando se prova pela primeira vez. Temperatura e copos adequados é obrigatório.

Provador: Mr. Wolf

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Quinta do Côtto 1997


Característica diferenciadora: Quinta do Côtto de 97.


Preço: 19€ - foi o que paguei por cada garrafa num leilão de vinhos...mas normalmente custam à volta de 9€.

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18

Comentário:  Garrafa mítica para mim... Era, a par com os Tapada do Chaves e o Vinha Grande mais 2 ou 3 um dos rótulos preferidos do início do século - e relativamente acessíveis...- e donde retirava muito prazer. Aprazivel em casa com amigos antes de ir sair à noite em soirées muito agradavéis, ou em restaurantes onde os preços eram relativamente acessíveis... Guardo memórias excelentes... incluindo olfactiva deste, bem como do Tapada do Chaves e Vinha Grande muito presente. Acho que isto é a idade. A minha, não a do vinho. 
Este de 1997 está no ponto!
Escuro, opaco e muitos aromas de cabedal, especiado e forte. Cheira a vinho, apesar dos aromas mais "animais"... cheira a adega.
Prova de boca a recordar-me porque gostava tanto, tanto deste vinho... Reza a história que me contaram numa adega que os quinta do Côtto mudaram o perfil pois um produtor perto da quinta passou a produzir os seus próprios vinhos e deixou de vender uva à Quinta do Côtto... Pois, não sei. Pode ser, pois são muito diferentes. Mas estes, até 1997 seguramente são extraordinários. 
Mas este está um clássico. Virtuoso nos aromas e prova de boca muito especiada e "carnuda", é no entanto no final que marca muito. E por ser longe de perfeito... pela rusticidade, mas ao mesmo tempo pela capacidade de deixar lastro vincado, mas que rapidamente se torna sedoso. Não se percebe muito bem, pois não? Mas é mesmo isso... é rustico, mas ao mesmo tempo tem glamour e classe.
Prova-se e prova-se e ficamos muito impressionados com a diferença de perfil face ao que bebemos hoje em dia... e não vai lá com cave.
Basta olhar para a cor do vinho e atentar nos 12 comedidos graus alcoólicos. Onde se vê isto agora? Não vê.

E sem expressões de barrica, sem amargos de abusos de Touriga nacional... Só vinho e do bom! 
Adorei. Resta-me outra.

Provador: Mr. Wolf


Oboé Superior 2010

Característica diferenciadora: Vivo

Preço: 15€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17

Comentário:  Novo! Muito novo. Sanguíneo e cheio de cor, encarnado carregado muito brilhante.
Notas aromáticas evidentes de Touriga Nacional. Muito floral e vincadíssimo nos aromas.  Boca mais adequada ao meu perfil, com surpreendente equilibrio. 
Acetinado, final longo e equilibrado. Parece-me que vai melhorar em cave. É o que vou fazer à 2ª das garrafas que me ofereceram neste jantar muito giro! Bom vinho num excelente jantar.

Provador: Mr. Wolf

Pegos Claros 1994


Característica diferenciadora: Castelão!

Preço: 15€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17.5

Comentário:  Vamos lá falar de vinhos portugueses a sério... Periquita, solos franco-arenosos. Carvalho Português por 12 meses... "a sério", não significa que os outros perfis sejam para brincar, nem tão pouco para graduar a qualidade... mas seriedade sim pela capacidade de envelhecer e manter características próprias do lugar onde nasceu, ter acidez e tenacidade para a mesa e organolepticamente estar ainda em excelente forma!
Aroma de Cabernet... Sim. Em prova cega é o que diria. Extremamente apimentado, de pimento encarnado fresco quando se parte, quase pimentão.  Acidez vincada. Entrada de boca muito marcada pelo lado vegetal do pimento, sem duvida. 
Vegetal, sem fruta. Tão bom. Tão específico. Tão imperfeito. Picante no aroma. Redondo na boca, pronto para ser bebido. Pede comidas ousadas, com carácter. Eu aconselho entrecosto no forno à italiana. Ou carne de porco à alentejana. Excelente prova! Adorei.

Provador: Mr. Wolf

domingo, 24 de novembro de 2013

Valle do Nideo 2006


Característica diferenciadora: Frescura.

Preço: 8€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 16

Lebre
Comentário:  Mais um ataque à garrafeira do Pai! Vantagens de quem tem a sorte de apreciar coisas que já os pais apreciavam... com a vantagem de levar "mais anos disto"! Se pensarmos então que acompanhou uma fantástica lebre feita com todo o preceito...
Atentando no vinho em si...10% de Touriga Nacional é de louvar! Tinta Roriz 50% e Tinta Franca 40%... Vale (também) por isso!
6 meses de carvalho francês de estágio. 6 anos depois... Vale a pena ver como está! E dizem que 2006 foi um mau ano... 
Opaco. Escuro. Tem acabamento "mate", mas limpo apesar da ausência de brilho.
Aromas intensos de ... Pinho. Muito verde. 
Boca boa. Entrada farta de fruta e chocolate, mas a compensar muita frescura no final. Verde ainda no fim, fresco. Peca por ser muito curto. E isso penaliza-o. Fica simples, apesar de ter momentos em que chama a atenção. 
Acidez é boa e seca bem a boca. Falta-lhe harmonia e balanço. Mas tem bons apontamentos. Vale por isso. É afinar, procurar menos sustento na madeira, manter a pouca preponderância de Touriga nacional e afinar o equilibrio. Mas é uma boa relação preço qualidade e o que tem de exuberante em novo, mantém de interesse com cave.


Provador: Mr. Wolf

Luis Pato Vinhas Velhas 1990


Característica diferenciadora: Longevidade e classe

Preço: 18€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18

Comentário:  Extraordinária garrafa duma das primeiras edições do tinto Vinhas Velhas do Luis Pato.
23 anos depois da colheita, é absolutamente impressionante o vigor e frescura que este vinho ainda tem.
Rubi ligeiro na cor, com laivos acastanhados.
Aromas muito frescos, estilo eucalipto, madeiras parecidas com cedro e algum cogumelo quando se cozinha.
Elegantíssimo na prova de boca, largo ainda, com acidez bastante vincada e aromas mais torrados. É no entanto a sua "leveza" que sabe muito bem. Nada cansado, nada oxidado, cheio de vida e capaz para qualquer prato. Não é fácil! Pena ser a última!
Mas são garrafas que dão muito prazer abrir depois de longa guarda.

Provador: Mr. Wolf

sábado, 23 de novembro de 2013

Poeira 2011


Característica diferenciadora: Poeira e opulência.

Preço: 30€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5

Comentário:  10 anos de Poeira significam uma década de história  que assenta o seu sucesso numa pirâmida cujos vértices da base são a qualidade sempre muito acima da média num lado, a frescura ao invés de excessos de maturação tão típicos no Douro no outro vértice e no vértice superior, sempre, mas sempre, elegância suprema como voz das particularidades climatéricas de cada ano. 
Apesar do perfil de referência ser sempre idêntico, exprime o que resultou das condições climatéricas do ano em questão. 
Organolepticamente, é sempre exemplar.

Este de 2011, aposto que é um "infanticídio" provar já... mas pronto, sou assim. Gosto de opinar com propriedade.
Na cor...Preto... Ou melhor, cor de cereja escuríssima e fugir para reflexos de tinta da china. Cromaticamente é muito vincado. 
Aromas muito cerrados. Notas de fruta em maceração e ao mesmo tempo aparas de lápis. WIP! Work in Progress... perdoem o Inglesismo... Claramente o aroma de quando se afiava lápis na 4ª classe. 
Repousado no copo, passado menos de 1 hora o aroma mantém-se muito sério. Pouco dado a exuberâncias, sisudo. Quiçá a nota aromática mais evidente é mesmo a madeira verde, mas sem ser evidente em demasia. Tem de se procurar. 
Muita profundidade aromática, com frescura mentolado ainda que ligeira. É a grande diferença nos vinhos de Jorge Moreira. Less is (much) more
Prova de boca... Explosão de intensidade e elegância ao mesmo tempo. Vincadíssimo e cheio de mineralidade, fruta fresca, com sabor a cereja quando ainda não estão perfeitamente maduras. Licoroso e acidez cortante a por tudo em ordem. Fruta silvestre, e muito concentrado. Que vinho!
Nada quente, nada doce, mas sim muito cheio e muito prolongado. Muito, muito intenso. Mineral. Tem muito grip. Agarra de forma vigorosa, sem "magoar". Mas agarra muito. Muito granular, repleto de pormenores e com a sensação de "saber sempre a pouco", mas ao mesmo tempo, sacia muito.
Sem dúvida, na primeira impressão, o Poeira mais robusto e opulento de sempre. Afirmação de um patamar diferente e único de tudo o que se produz no Douro.

Muito bom. Guardar e provar paulatinamente ao longo dos anos. O ideal é ir comprando uma garrafa de dois em dois meses em 2014... e depois ir bebendo a caixa ao longo de 10, 12 anos... parece-me que do ponto de vista financeiro, o retorno em prazer será seguramente "lucro puro"!

Provador: Mr. Wolf

Uvas Castas (2005)


Característica diferenciadora: Interessante pela evolução.


Preço: 18€

Onde: Distribuição em geral

Nota pessoal: 16

Comentário:  Cor limpa rubi acastanhada. Aromas muito limpos, com fruta madura, ameixa.
Taninos já muito ténues. Muito clean, doce e moderado. Diferente e muito dos tempos de juventude... descortina-se que era de 2005 apenas pelo contra-rótulo!
Excelente no equlibrio mas é claramente um vinho (bom) para beber jovem.

Provador: Mr. Wolf

Domaine de la Forêt - Bouches du Rhône 1985 (mis en bouiteille par S.A. Desbonnets)


Característica diferenciadora: Rhône com 28 anos.


Preço: ?€

Onde: ?

Nota pessoal: 17


Comentário:  Esta nota serve mais para memória própria do que propriamente para divulgação, pois parece-me pouco provável que eu consiga encontrar mais garrafas destas.
Grenache, cinsault e morvedre - "morvedre", como está escrito no rótulo. 1985... 28 anos. 
Cor translúcida, ainda que atijolada. Aromas inicialmente de putrefacção... 
Respire. 
Passados os aromas mais "nauseabundos", emanam aromas de tangerina e gengibre. Secundários, naturalmente... mas aromas muito bons após o início menos  bem conseguido.
Prova de boca muito boa. Equilibrio entre intensidade, leveza, fruta ainda delicada e acidez. O vinho engana, pois parece já pouco intenso... mas não. Parece diluído, seja pela pouca tenacidade da cor, seja pelos aromas ténues... mas continua em forma, com fruta, mineralidade e floral. Muito bom, cheio de folha de laranjeira. Final óptimo. Nada cansado, mineral e especiado qb., muito harmonioso e ainda intenso.

Um bom exercício.

Provador: Mr. Wolf

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Cune Imperial Gran Reserva 2005


Característica diferenciadora: Finesse, classe e muita elegância.

Preço: 28€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18

Comentário:  A Companhia Vinícola do Norte de Espanha nasceu  no Século XIX e mantém-se em actividade, dirigida ainda por descendentes familiares, pelo que dispensa comentários em relação a responsabilidades de tradição, qualidade e compromisso. O facto de se manter no mercado é garante disso mesmo e com distinção, diria eu.

Eu confesso que não conhecia este vinho. 

Conheci-o (bem) porque fui um dos consumidores naif que achei que conseguia encontrar umas garrafas de 2004 alguns minutos depois de ter sido comunicado a quem subscreve a WS o prémio de 1º lugar na competição do Top 100 dos vinhos mais excitantes do ano. Para perceber melhor que competição é esta, consultar http://2013.top100.winespectator.com/.

Distinguido o de 2004, rapidamente encomendei, em Londres 5 garrafas... comprei, paguei e fiquei à espera. Curiosamente, afinal não foi possível receber as garrafas. Durou 6 dias de tensos emails e hoje um telefonema do CEO da empresa a explicar-me a situação. De todas as formas, obrigado Tim Francis pela forma esclarecida como explicou o que se passou. 
Infelizmente não se resolveu, mas demonstrou carácter e compromisso com os clientes por parte da empresa de e-commerce Inglesa. Como em paralelo tive a felicidade de estar durante 3 dias em Madrid ao longo desta semana, compreendi que as dificuldades sentidas em Londres, originam-se na mentalidade pouco íntegra da cadeia de distribuição que subitamente deixou de disponibilizar o vinho. E acreditem que contactei os mais destacados estabelecimentos de retalho de Madrid. 

Compreendi também que o de 2005 compra-se, por menos de 30€ em qualquer boa loja de vinhos ou mesmo na Lavinia do Terminal 2 de Barajas... Feito!

Prova-se o de 2005 e se tiver paciência e o vinho for de facto bom, encontra-se forma de falar com alguém responsável da CVNE e perceber se é esta a mensagem que se pretende passar ao mercado fora de Espanha.

Feita esta introdução, abre-se a garrafa com um mixed-feelings de entusiasmo com alguma frustração e jorra-se no copo. A cor promete. Poucos vinhos de 2005 conseguem uma tonalidade tão escura e ao mesmo tempo translúcida como este vinho tem.
Os aromas reforçam que é um vinho de eleição... robusto em aromas especiados, misturados com notas de madeira de cedro, muito tabaco e algum rebuçado. Todos estes aromas apresentam-se de forma extremamente subtil, harmoniosa e delicada.

Prova de boca arrebatadora. É um excelente vinho para qualquer enófilo do mundo. Entrada na boca assertiva, com acidez secundária a sensações de doçura, licor... mas de equilibrio e balanço extraordinário. Todo o vinho é clássico. Respira classe. Fino e muito elegante, mas muito intenso ao longo da prova de boca toda com um final igualmente delicado mas muito, muito longo.
Confesso que me surpreende como é que um perfil destes ganha um prémio da WS (acreditando nas informações que recolhi em Madrid de que o perfil de 05 é bastante semelhante ao premiado de 04), cujo enfoque, sem sentido pejorativo, normalmente é de graus de intensidade e exuberância mais vincados.

Muita, muita elegância e qualidade, com proporções muito equitativas de fruta vermelha ténue, com notas aromáticas frescas ao mesmo tempo com profundidade de madeira e aromas coloniais... cânfora, cera, madeira com tempo e história.

É um vinho de muito respeito. Vai fazer parte seguramente da minha garrafeira. Recomendo que provem se puderem - confesso que não sei se o El Corte Inglés em Portugal tem - mesmo que não seja o de 2004.

Produzido com 85% Tempranillo, 5% Mazuelo e 10% Graciano, 24 meses no mínimo de barrica e alguns anos de estágio em garrafa antes de sair para o mercado. Não é para todos e nem sai sempre bem. Este saiu.

Provador: Mr. Wolf

domingo, 17 de novembro de 2013

Casa Ermelinda de Freitas Touriga Franca 2009


Característica diferenciadora: Barrica de muita qualidade!

Preço: 10€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17


Comentário:  Este vinho merece a nota só, caso fosse necessário, pelo excelente trabalho de barrica. Não que a Casa Ermelinda de Freitas, por si só, não seja uma referência. Para mim é. Tem excelentes vinhos, há muitos anos e sempre com qualidade. Este, surpreendeu-me.
Aromas imediatos de madeira, verde e muito expressiva. Mas boa, nada doce.
Vermelhão, carregado na cor, mas não ombreia com o festival aromático. Cativa pela frescura, pelo verde e vegetal que tem nos aromas, e a prova de boca acompanha sem se sobrepor. Complementa. Opulência na prova de boca, mas mais uma vez, sem ultrapassar a maravilha dos aromas.
Vinho muito interessante. Muito bom e diferente.
Gostei.

Provador: Mr. Wolf

Casa da Carvalha Reserva 2009


Característica diferenciadora: Classe e finesse.

Preço: 15€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17.5

Comentário:  Casa da Carvalha foi a minha descoberta de 2012!
O vinho mais simples - de rótulo preto - custa 5€ no El Corte Inglés e é óptimo!
Este Reserva vai dar que falar... mas necessita de cave para ganhar mais força.
Cor escura, rubi clássico.
Aroma fumado, floral, muito expressivo.
Prova de boca pautada pela elegância. Fino na barrica, presente ainda que discreta. Touriga Nacional expressiva, ainda que nos limites do tolerável...Pelo menos para mim... Acetinada, vincada e cheia de carácter - a Touriga Nacional. 
Algumas notas de fumeiro surgem ao longo da prova a proporcionar profundidade aromática. Realmente percebe-se porque a Touriga Nacional no Dão é diferente, para muito melhor.
É um excelente vinho, modernizado só pela barrica de qualidade, mas clássico nos apontamentos de aroma, boca e final.

Beber já, decantando... mas recomendo fortemente guarda para os próximos anos. Ou décadas,
Vinho de muita classe.

Provador: Mr. Wolf

Maréchal-Caillot Savigny-les-Beaune Borgonha 2003


Característica diferenciadora: Borgonha...

Preço: 25€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17.5


Comentário:  Escuro e limpo. Cor grenada.
Fruta muito delicada, fresca. Notas terrosas iniciais, acompanhadas de fruta estilo ameixa escura, sem estar muito madura.
Prova de boca cheia de acidez e mineralidade apregoando equilibrio.É vinho para provar com atenção, pois não vinca, é discreto mas cheio de personalidade.
Entrada discreta na prova de boca mas persistência muito acentuada. Muito bom. Diferente do que se faz em Portugal, sem dúvida. Especialmente porque associamos o ano de 2003 a vinhos quentes, maduros... este não. Naturalmente que o clima, além do terroir em Portugal e na Borgonha não coincidam em absoluto... mas esta garrafa estava extraordinariamente fresca.
Fantástico o equilíbrio, clarividência de fruta e frescura deste vinho. É muito fácil destrinçar o paladar neste vinho. A fruta está muito "arrumada" e sem ser protagonista, percebe-se muito bem e a mineralidade e os aromas mais "da terra", idem, idem, aspas, aspas...

Com o tempo aberto, a fruta acidifica e parece-se mais com morango, amora. Muito, muito bom.

Provador: Mr. Wolf

Casa Ferreirinha Vinha Grande 2010


Característica diferenciadora: Intensidade.

Preço: 10€

Onde: Distribuição em geral

Nota pessoal: 17

Comentário:  Vinha Grande é uma das grandes referências de vinho do Douro em Portugal. Pouco massificado na década de 90, é sempre sinal de muita qualidade. Restaurante que tivesse na carta Vinha Grande, era bom de certeza.

Mudou o perfil diria eu em 2003... Afinou, para mim, agora. É diferente do que era, mas é muito bom.
Cor muito violeta. Auréola púrpura, muito bonita. 
Opacidade elevada, mas muito límpido.
Aromas de fruta estilo cereja, amora. Ligeira especiaria e madeira exótica. 
Prova de boca muito gulosa. Fruta polida, extraída no ponto, acidez e taninos perfeitos para consumo imediato, muito equilíbrio e carácter bastante vincado apesar de tudo.
Perfil mais globalizado, amaciado pela barrica, mas rusticidade peculiar na boca, a dizer-nos que é um Douro puro e duro. 

Excelente compromisso preço qualidade, muito à vontade na mesa e a avaliar a aptidão para evolução em cave. 2-3 anos é seguramente um "porto seguro"... Mais, acredito que sim. Tem fruta e acidez para isso.
Muito bom.

Provador: Mr. Wolf

Crasto Superior 2011

Característica diferenciadora: Intensidade.

Preço: 15€

Onde: Distribuição em geral

Nota pessoal: 17


Comentário:  Quinta do Crasto é sempre sinal de muita qualidade. Confesso que muitas vezes, novos, têem um bocadinho mais de barrica do que eu aprecio. Mas neste caso...Recorte de barrica exemplar.
Na minha opinião, é um produtor de referência (também) em Portugal pela forma como utiliza barrica a complementar o vinho. Não porque eu a aprecie... Mas porque aparece sempre, o que não aprecio, mas não me incomoda, pelo que só pode ser muito boa... Mas sempre vincada.

Este Crasto Superior (do Douro Superior)  de 2011, está preto alcatrão.
Aromas de muita cereja madura. Muito nariz de Touriga Nacional... ainda que doce no entanto. Este vinho é todo ele "muito". Mas dentro do muito... Tem um equilíbrio apreciável. Dentro do intenso, tem equilibrio e harmonia. É doçura. Fruta de muita qualidade. Muita fruta.

Não é o perfil que mais gosto, mas é seguramente um vinho que vai agradar e muito à grande maioria, pois está muito bom para prova já, cheio de sensações, equilibrado e de prova muito fácil. É um bom vinho a um preço adequado.

Provador: Mr. Wolf