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sábado, 5 de outubro de 2013

Quinta do Monte D´Oiro Reserva 2007


Característica diferenciadora: Elegância

Preço: 30€

Onde: Garrafeiras especializadas.

Nota pessoal: 18


Comentário:  Denso e escuro. Muito escuro. Fechado no nariz...
Decantar é obrigatório.
Aromas de carácter mais animal imediatos. Pêlo de animal. Há que esperar.
Não se procure nestes vinhos exuberâncias de barrica, fruta, ou expressões neuróticas do que quer que seja. Esperem-se sim vinhos que se bebem com muito prazer, sem nunca pesarem e que aparentemente são "simples". Mas não são. Há aqui muito trabalho e qualidade para que o resultado tenha esta personalidade tão única como os Reserva da Quinta do Monte D´Oiro nos acostumaram.

Prova de boca cheia de fruta encarnada, viva e sem estar muito madura. Acidez fina e taninos hiper polidos e "arrumados".
Simples de entrada na boca, complexo quando sai. Muito complexo. Muita estrutura e taninos firmes que crescem ao longo da prova.
Precisa muito de ar. Cresce muito. Ganha muito volume e complexidade.

O que impressiona mais neste vinho é sem dúvida a elegância e a capacidade que demonstra para nunca cansar durante a prova. Muito gastronómico e cheio de pormenores, sempre em redor de fruta encarnada, algum picante e uma acidez crescente que lhe dão muito volume. Ganha grip à medida que respira.
Acidez, barrica e taninos muito bem integrados convivem com muita vivacidade e fruta muito boa.

Na minha opinião, apesar de estar muito bem para consumo imediato, é de guardar e ir provando ao longo dos próximos 10 anos. A fruta que o vinho tem necessita estágio para se emancipar, e a elegância e estrutura de taninos garantir-lhe-ão seguramente provas de luxo nos próximos anos.

Provador: Mr. Wolf


Quinta de La Rosa Reserva 2007


Característica diferenciadora: Potência

Preço: 30€

Onde: Garrafeiras especializadas.

Nota pessoal: 18


Comentário:  Denso e muito escuro. O vinho impressiona pela sua tonalidade cromática, espessura apreciável e opacidade.
Quando lhe pomos o nariz em cima, a expectiva de aromas quentes, frutados e licorosos - era a minha expectativa face à cor dele - surpreendemente temos aromas quentes, mas mais vegeitais do que de fruta...Aromas de chá Earl Grey. Sim, isso mesmo. Aquele aroma que o chá emana quando arrefece. Muito bom.
Na boca sim, comprova o perfil que tanto caracteriza alguns dos excelentes vinhos que o excelente e mítico terroir do Pinhão produz. Muito concentrado e licoroso, notas de ginja sem nunca ser doce em demasia. Ginja e cereja. Muito potente e com muito volume na boca, consegue no entanto ter acidez e frescura que evitam que se torne pesado na boca. Apesar das notas de licor, dá prova de sensações mais terrosas também. Muito bom.

Excelente vinho, nem sempre com o lugar nas garrafeiras particulares que merece, por ser um excelente representante dum perfil clássico do Douro contemporãneo, consistente na qualidade ao longo dos anos e cheio de personalidade. Muito bom, muito fresco e muito potente. Para guardar à vontade muitos anos.

Provador: Mr. Wolf

Quinta do Monte D´Oiro Syrah 24 2007


Característica diferenciadora: Elegância.

Preço: 45€

Onde: Garrafeiras especializadas.

Nota pessoal: 18.5


Comentário:  Syrah 24 da Quinta do Monte D´Oiro é um dos meus vinhos Portugueses preferidos. Essencialmente porque é muito bom e sabe muito bem, desde a primeira à última gota.
Cor ainda impenetrável. Escuro, limpo, com tons rubi escuro.
Aromas de fruta encarnada, estilo morangos. Sem muita doçura, mas muito expressivos.
Na prova de boca é muito interessante a delicadeza e a leveza que o vinho tem. Parece sempre que "vai acontecer qualquer coisa", mas não vai. Está lá tudo na devida proporção e extremamente bem equilibrado. É impossível enjoar deste vinho.
À medida que o vinho "respira", ganha incríveis notas aromáticas de alfazema e alecrim. Eu acho que o que define este vinho é a delicadeza e aptidão para nos surpreender com a expressividade aromática que tem, ao mesmo tempo que é ímpar na forma harmoniosa com que nos silencia quando se prova na boca.
Como excelente vinho que é, apesar de 6 anos, está em crescendo evidente. E isso vê-se ao longo da prova. Necessita de tempo. Seca ainda a lingua, o que é agradável pois garante alguma frescura, muito difícil nesta casta onde facilmente as notas de cacau e afins se sobrepõem ao conjunto. Nesta caso não. Ligeira azeitona, pimenta preta e "umas pitadas" de pimento, que nada chateiam.
Estrutura muito boa, assente em taninos finos, barrica de muita qualidade sem marcar a prova e fruta estilo morango e em alguns momentos de ameixas escuras, doces... mas sempre sem cansar nada.

Muito, muito bom.

Pimenta preta e ligeira pimento no final.

Provador: Mr. Wolf

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Soalheiro Reserva 2010


Característica diferenciadora: Soalheiro...com Barrica... elegância.

Preço: 25€

Onde: Garrafeiras especializadas 

Nota pessoal: 17


Comentário:  Vinho mítico, fruto da consistência e qualidade ao longo dos anos.
Alvarinho, expoente máximo da acidez e equilíbrio em Portugal.

Apresentação efectuada, há que libertá-lo da garrafa para o copo.
Amarelo esverdeado... Ameno na cor, sem expressividade evidente de lágrima ou tonalidade.
Nariz no copo...delicado, maracujá ligeiro. Acidez nos aromas, contida, muito delicada. Ligeiro vegetal, relva cortada. 
Muito bem balanceado, muito delicado, 
Prova de boca a manifestar untuosidade q.b. e paladar predominantemente cítrico.
Fruta delicada, fora de modas de extravagância de aromas, fruta ou barrica, o que é de louvar. Parece-me que ganhará em porte e complexidade com cave. Muito contido para já.

Bom, mas é como andar de Porsche na A5 às 8:00h da manhã à entrada do viaduto Duarte Pacheco. Imagina-se o potencial, mas não se consegue constatar.

Guardar.

Provador: Mr. Wolf

Poeira Dusty 2010


Característica diferenciadora: Concentração.

Preço: 10€!

Onde: Eu comprei porque encontrei no Jumbo! Não faço ideia onde existirá mais.

Nota pessoal: 17.5


Comentário:  Rótulo que desconhecia. Curioso, experimentei... Feiras dos Vinhos têem destas coisas.
Cor rubi com laivos violeta de lágrima muito escorreita.
Limpidez e densidade acima do comum.
Chegado o nariz ao copo, aromas verdes, com muita especiaria e fruta muito discreta. Muito discreta mesmo. Presente no entanto...Fruta a assemelhar-se a framboesa e mirtilos. Fruta escura, quase madura ainda que suculenta. Aromas de Vintage novo, ainda que ténues, mas "violetas" e vincadas.
Aqui, neste vinho não há facilidades de aromas de barrica, muito menos doçuras e tostados. Há sumo brotado dos cachos, vinificado de forma exímia.
Terroir à parte, a clarividência e cristalinidade dos sabores e texturas faz-me lembrar alguns Chateauneuf du Pape quando são adolescentes. Já apresentam fruta, mas claramente necessitam de tempo.
Este vinho pode beber-se já sem problema nenhum... Pede é pratos a sério. E copos.
No entanto, este vinho precisa claramente 2 a 3 anos de estágio. No copo, quando "abre", tem um crescimento assombroso com muita groselha e fruto agora mais vivo a surgir em primeiro plano... E com a vantagem de acompanhar sempre com uma acidez desconcertante.
Ligeiro amargo  (imagino da Touriga Nacional) a desiquilibrar um pouco. Pode ser que acalme com o tempo.
Muita elegância, apesar de verde ainda. Quando respira ganha muita elegância e harmoniza-se.

A provar de novo daqui a alguns meses. Vinho para a cave.

Provador: Mr. Wolf

Stanley Aragonez 2005


Característica diferenciadora: Less is more.

Preço: 8€

Onde: Garrafeiras especializadas.

Nota pessoal: 17


Comentário:  Sempre que provei um vinho "Stanley", nunca fiquei indiferente. Normalmente pela relação preço/satisfação.

Considero que não tenho capacidades para avaliar a qualidade dum vinho, nem empíricas e muito menos técnicas. Mas tenho a capacidade para avaliar se a minha experiência é boa ou não! Provo porque gosto de provar. Umas vezes corre bem, outras nem tanto. Serve sempre para cozinhar, ou pelo menos quase sempre, mas desses não se escreve aqui. Neste site, só escrevemos sobre o que gostamos.

E gostei muito deste vinho da "Estremadura".... Fundação Stanley Ho. Ao googlar, associa-se à Fundação Oriente. Bom... só queria saber detalhes sobre o vinho. Desisti.
Voltando à garrafa, pelo que compreendo, diferentes anos dão origem a diferentes blends e rótulos.

No copo apresenta-se muito opaco, escuro e limpo.
Aromas licorosos, estilo mon cherry. Licor e cereja.
Ligeiramente mineral. Ligeira baunilha. Unidireccional. Tudo é aparentemente "ligeiro", mas muito bom.
Consistente na prova de boca onde confirma o aroma. Sensação doce. No entanto, muito equilibrado e bem balanceado. Taninos muito ténues, mas presentes. 
Acidez patente mais no final de boca do que no início. Adstringência ainda presente e muito bem-vinda. 

É impossível ficar indiferente, tem carácter e tem muita finesse. Gostei. Vou comprar mais.

Provador: Mr. Wolf

Fonte das Moças 1999

Característica diferenciadora: Torres Vedras!

Preço: 4€

Onde: Garrafeiras especializadas... mercearias antigas, quiçá.

Nota pessoal: 16 - pela capacidade de envelhecimento.


Comentário:  Por onde começar? Talvez pelos louváveis 12,5% de graduação alcoólica. Penso que são dispensáveis comentários sobre as comuns graduações alcoólicas actuais em Portugal (e não só em Portugal...)e perfis associados. Mas a culpa é nossa, pois somos nós os consumidores que assinalamos com a compra, se valorizamos os exageros que se produzem hoje em dia, ou não.
Eu, pessoalmente, tenho preconceito com a maior parte das graduações que vejo superiores a 13º.

Continuando... Fonte das Moças é um rótulo pelo qual tenho especial apreço. Conhecio-o através do Gonçalo... Sim, Gonçalo, da Casa da Ribeira. Partilhava a produção deste vinho com o enólogo João Melicias, e os vinhos eram surpreendentes. Várias garrafas bebi ao longo dos anos, seja do Branco de 2006, seja do Touriga Nacional da Casa da Ribeira. Memórias. Nada mais do que isso. A parceria dissolveu-se e hoje, que eu conheça, existe o Fonte das Moças Reserva 2004 (publicado neste espaço) e pouco mais... Desta forma, é muito bom voltar a provar uma garrafa destas, 14 anos após entrar na adega em forma de uva...

Cor de barro escuro, limpo e de opacidade média.
Aroma de pedra molhada, algum lagar e notas de café em grão. Limpo de aromas também, muito expressivo no que tem.

Prova de boca excelente. Adequada intensidade para a idade que tem. Não surpreende, mas cumpre integralmente. Não nós podemos esquecer que este era um vinho de pretensão modesta, apesar do cuidado processo de vinificação. 
Castelão, Touriga Nacional e Tinta Roriz.
Muito elegante, parco na acidez e fruta, mas delicioso. Excelente para prova já e sem sinais de não poder estar mais uns bons anos em cave...
No entanto, está muito bem agora. Beba-se com pratos de confecção morosa e apurados. Ele aguenta!

Provador: Mr. Wolf

Quinta de Foz de Arouce Tinto 2007


Característica diferenciadora: Foz de Arouce.

Preço: 12€

Onde: Garrafeiras especializadas e alguns hipermercados.

Nota pessoal: 16.5


Comentário:  É sempre com prazer que se abrem e provam estas garrafas... mesmo que não seja o vinho mais cuidado da casa, ou seja o Vinhas Velhas de Santa Maria.
Esta garrafa estava impecável, ainda a demonstrar muita juventude. O vinho apresenta-se ainda muito escuro, opaco... Rubi, opaco e sanguíneo.
Nariz lácteo, com aromas de carne... claramente jovem e a "dar a volta". Abri-la, foi como acordar de repente passadas 3 horas de termos adormecido. Há que dar-lhe tempo para se recompor.

No copo. com devido tempo e estando a temperatura adequada, os aromas iniciais dão lugar a notas de eucalipto e ténue fruta... 2007 é um ano para deixar descansar ainda.

Parece-me muito evidente para a maioria dos vinhos que tenho provado nos últimos meses da respectiva colheita. Apesar de bom, esta colheita necessita repouso.

E este não foge à regra. Se o encontrarem à venda, comprem! Se o têem, contenham-se... e esperem no mínimo mais 3 anos. Se a encontarem já aberta, cuidem de o beber a 18º no máximo e dêem-lhe no mínimo 1 hora de descanso após decantar.

Depois encontrarão a finesse e carácter, numa dinâmica pouco comum em Portugal como se encontra nesta Casa.


Provador: Mr. Wolf