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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Confradeiro Reserva 1997


Característica diferenciadora: Longevidade

Preço: 17,5


Onde: Onde encontrarem... esta foi numa garrafeira antiga...

Nota pessoal: 17,5

Comentário: Sempre um prazer abrir estas garrafas... mas primeiro é necessário encontrá-las...
Rolha impecável. Lustrosa, competente na função e irrepreensível na cor. Dúvida... decanta-se ou não? Não. Prova-se e logo se vê. Cor pouco limpa... preocupação. Nariz no entanto apelativo. Elegância na fruta, muito ténue mas a lembrar morangos pisados e muito maduros.
Na boca uma delícia... acidez que se farta ainda, muito, muito fresco... alguma caruma de pinheiro e um final muito presente e longo.
Impressionante a forma passados 16 anos... longe dos sabores dos vinhos que se abrem com 1 ou 2 anos, mas muito perto daqueles vinhos que até tiram a capacidade de conversar por momentos quando se bebem.

Quem as tiver perdidas nas garrafeiras de casa... ou de casa dos pais... ou do que seja... parabéns!

Provador: Mr. Wolf 

Beyra Quartz 2011


Característica diferenciadora: Acidez e mineralidade

Preço: 5


Onde: Distribuição em geral

Nota pessoal: 16,5


Comentário: Ora bem... para quem quer experimentar um vinho diferente... aqui está a escolha inevitável!
Preto...Escuro e denso a cair no copo. Vinhão. Quase tem cor de verde-tinto.
Festival aromático com muitas notas vegetais... muito seco, muito musgo, cerne de pinheiro acabado de cortar, aciprestes... impressionante a expressividade aromática.
Na boca, tem notas de veludo, mais rústico que veludo sedoso, mas de qualquer das formas texturado... e uma acidez que faz inveja a muitos limões (Passe a comparação)!

Bom, é melhor é deixa-lo a respirar e voltar cá 20 minutos depois. Muda, mas não se transfigura. Ganha notas de fruta muito engraçada, nomeadamente manga e frutas silvestres, esmagadas ainda em verde.
Notas de toranja também. Tudo mais em cítrico que nos comuns frutos vermelhos. As pontuais notas tropicais que a mim se pareceram manga é que me confunde. Mas é um vinho muito giro.

Dá muito a ideia que foi vinificado com engaço. Uvas verdes e pêssego agora. Aromas de telha molhada de novo a conferir notas de humidade. Fantástico do ponto de vista aromático. Alguns jalapenos, dos verdes. Sem ser picante, mas verde e vegetal.

 Não sei para onde caminhará esta acidez toda em cave, mas vale bem a pena ir espretando umas de vez em quando!

Muito giro e a preço imperdível de provar.

Provador: Mr. Wolf 

Schloss Gobelsburg Riesling 2009 Kamptal Reserve

Característica diferenciadora: Fruta e mineralidade

Preço: 10
€ (aproximadamente)

Onde: Niepoort Projectos

Nota pessoal: 17


Comentário: Pálido na cor, mas muito limpo e cristalino. 
Aromas fantásticos.
Tropical sem doçura.
Algum ananás e eventual alperce. Muito giro.
Levíssimo na boca, muito mais mineral do que seria de esperar e inicialmente com um ligeiríssimo "pico" na lingua que lhe dá muita graça.
Muito complexo e com acidez excelente. Muito elegante e muita persistência. Mistura de sensações a oscilar do mineral para a fruta. Acidez e intensidade.

Muito bom. Deve ser muito adequado para sushi e sashimi, ou mais pratos de quam goste de salmão fumado ou mesmo cru...


Provador: Mr. Wolf 

Quinta do Vallado Touriga Nacional 2007

Característica diferenciadora: Touriga Nacional excelente

Preço: 19
€ (aproximadamente)

Onde: Garrafeiras especializadas e distribuição

Nota pessoal: 17


Comentário: Depois de 3 ou 4 anos na crista da onda do sucesso, é tempo de provar com outra atenção um Vallado Touriga Nacional de 2007.

2007 é um ano de excelentes vinhos no Douro, embora com prova difícil actualmente (na minha opinião).
Touriga Nacional é a casta mais "vaidosa" do Douro... pelo menos é como a percepciono. É conhecida e faz-se por ser conhecida, independentemente das suas qualidades. E é Portuguesa, o que por si só associado à qualidade inequívoca que tem, merece respeito acrescido. No entanto, normalmente não morro de amores pelos Touriga Nacional que se encontram no mercado. É raro.

Não é o caso deste. Este foi o primeiro Touriga Nacional da Quinta do Vallado a saltar para os palco dos >94 pontos da Wine Spectator. 

Consecutivamente andava perto dos 92 e desde 2007 teve 94, 95 e 95 em 2007, 2008 e 2009 respectivamente. A título de exemplo, o Quinta do Vale Meão em 2007, 2008 e 2009 teve respectivamente 95, 95 e 93 pontos na mesma revista da especialidade... e isto para chegar onde?


  • É um excelente vinho.
  • Tem reconhecimento internacional e agrada a mercados de novo mundo sem se descaracterizar do seu berço Duriense.
  • Não se deve comparar a título de exemplo com o Quinta do Vale Meão, sendo no entanto óbvio que questões de preço e questões de apreciação e pontuação são muito mais subjectivas do que parecem.
Porque sempre gostei em geral dos vinhos da Quinta do Vallado, tenho seguido com atenção este em particular pelas razões apontadas anteriormente... e foi com bastante curiosidade que provei esta no passado mês de Dezembro.

Nariz com algumas notas florais... sem exageros. Cor rubi escura de densidade média. Perdeu a robustez de cor e nariz que tinha. Amadureceu e atenuou o seu vigor.
As notas de madeira encontram-se presentes, sem no entanto marcar a prova. O vinho está bastante equilibrado. Muito acetinado na boca, mostra algum cacau... mais familiar do que cacau, são bomboms.
Ligeiro alecrim ou algo semelhante, fresco e "campestre".
Curiosamente, mantém nos aromas o carimbo de Douro. E ainda bem.

Está muito bem e pronto para beber. Beba-se agora, na minha opinião, pois acredito que nos próximos anos não ganhará encantos que compensem o prazer que dá prová-lo já.

E muito parabéns à Quinta do Vallado, pelo trabalho desenvolvido, pela qualidade e consistência além dos preços adequados.


Provador: Mr. Wolf 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Mouchão 2006


Característica diferenciadora: Qualidade pura e doçura

Preço: 29


Onde: Garrafeiras especializadas e distribuição

Nota pessoal: 18,5


Comentário: Depois de se provar um Poeira 2009, um Quinta do Portal Grande Reserva 2007 e se quer dar uma espreitadela no Alentejo, o que provar a não ser um Mouchão na sua juventude? Exacto. Foi o que fizémos, com uma de 2006... Cor ameaçadora de sangue de boi escuro! Vivíssima.

Denso e opaco...Cheira a Mouchão. Aquele adocicado característico. Se Alicante Bouschet fosse uma peça de carne gourmet, a do Mouchão é o melhor filet mignon que se pode provar. É um hino à perfeita maturação e colheita desta casta.
Muita fruta vermelha. Notas muito engraçadas de fruta verde também. Tarte de maça à Inglesa. Misto de bolo inglês com uma verdura interessantíssima. Equílibrio suculento de doces vermelhos com alguma verdura.
Acidez notável... sem estar evidente, existe. Muito fresco, nada cansativo. Cetim.
Com o arejamento, a fruta ganha contornos mais espessos. Abrunhos maduros...

Excelente tinto e do melhor que se faz no Alentejo e em Portugal.

Provador: Mr. Wolf 

Quinta do Portal Grande Reserva 2007


Característica diferenciadora: Frescura e elegância

Preço: 35


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18


Comentário: Quinta do Portal é sinal de qualidade e integridade nos produtos que disponibiliza. 
Pouco dada a "marketing" de massas, normalmente os vinhos são de relação preço/qualidade muito boa... e foi com grande expectativa que esta garrafa foi aberta... 2007, um grande ano...Grande Reserva, a anunciar qualidade e estágio superior.
Nariz de fruta doce e delicada. O vinho é muito elegante e perfeitamente polido.
Cor rubi escuro sem ser opaco.
Destaca-se a perfeita "arrumação" dos aromas.
É muito clean e muito aromático ao mesmo tempo. Envolvente e insinuante... parece que só tem aromas bons... nada de álcool ou madeira em exagero.
A fruta predominante é claramente cereja e alguma framboesa mais silvestre. Nunca perde a nota vegetal que o caracteriza, sempre num registo de perfeita harmonia.
À medida que respira ganha aromas de farmácia, algum químico e mentolado.
Muito persistente e final de boca muito fresco. Está num grande momento de forma este Grande Reserva de 2007. Excelente vinho.

Provador: Mr. Wolf 

Poeira 2009


Característica diferenciadora: Poeira é diferente pela elegância. Sempre.

Preço: 30


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18


Comentário: 6 meses depois de o provar, voltei... e encontrei-o mais "fechado"! 
Bastante escuro, rubi negro com laivos violeta escura no rebordo... nariz com aromas de muita humidade e algum mineral. Curioso... a fruta parecia escondida...
Ataque de boca e a acidez é quem domina a prova... muita, muita estrutura alicerçada mais em mineralidade e algum vegetal que em excessos de fruta. Parece-me que o vinho continua a necessitar de repouso.
Quando respira, ganha notas de algum picante, especiaria e de longe alguma fruta silvestre pouco madura.
Notas de madeira, algum fumeiro e taninos ainda ligeiramente "excitados"... é necessário ou decantá-lo ou ter paciência para saboreá-lo devagar em copos que permitam correcto arejamento.
A espaços a fruta aparece, mas sempre muito discreta. Muito expressivo na cor e na capacidade de tingir...

Conheço razoavelmente bem todos os anos de Poeira. Este tem tudo para ser um excelente ano... mas duvido que se manifeste no seu esplendor em 2013... vinho para guarda obrigatória. Pelo menos uns 2-3 anos.... se conseguirem.

Provador: Mr. Wolf 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Quinta do Monte D´Oiro ex aequo 2008


Característica diferenciadora: Luxo em formato 0,75l

Preço: 42


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18,5


Comentário: Provado  há uns meses atrás (post no blog disponível), fiquei muito inquieto para o provar mais vezes. Voltei a prová-lo no Openday do Wine Penacova Meeting de 2012 e prometi-me que o provaria de novo no Natal. E nunca devemos prometer o que não conseguimos cumprir. Eu cumpro.

Apreciei bastante o estilo do de 2007 e sou adepto confesso deste vinho. Vale cada cêntimo e ainda bem que é um vinho de região Portuguesa, pois seguramente se o rótulo fosse Castelhano custaria umas 4 a 5 vezes mais e caso fosse Francês, no mínimo, o dobro. Sim, se fosse Castelhano era mais caro que se fosse Francês. Com um vinho desta qualidade, a presunção toldava-lhes o espírito. Bom, comentários sociológicos à parte, a prova:

Copos ansiosos. Brilhantes e orgulhosos de serem Austríacos felizes à beira mar vivendo e servindo bons vinhos Portugueses.. Cobrem-se de reflexos rubi escuro, espesso à medida que o vinho cai.
Aromas imediatos de madeira muito fina e de muita qualidade misturados com cerejas. Delicisoso... é fácil ficar a ver a bonita cor do vinho.
No ataque de boca, a entrada é falsamente doce. É antes sim, muito concentrado, cheio... envolvente. O vinho parece que nem existe, atordoando os sentidos tal é a sua delicadeza no que tem de ser delicado, nomeadamente na acidez e taninos. E se os tem... mas o equilíbrio é admirável. Parece que não pesa na lingua.

À medida que respira, o vinho cresce em pujança, emergindo notas mais evidentes de fruta encarnada escura, como cerejas e ameixas pretas acompanhadas de notas picantes impressionantes. É um verdadeiro Gladiador da mesa, tal a sua tenacidade e força, sem manifestações exacerbadas de fruta, álcool ou madeira como tanto está em voga. É um vinho que não precisa de se "fazer ouvir". É dos que "se escuta".

A concentração e delicadeza conferem-lhe características de facto únicas proporcionando uma prova no minímo excelente. É uma mistura de seda com veludo. É sem dúvida (pelo menos para mim) um dos melhores vinhos Portugueses da actualidade.

A comprar e guardar algumas (pelo menos 2) sem medo 2 décadas. Mas dá para beber já sem problema nenhum...

Excelente.


Provador: Mr. Wolf