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domingo, 25 de agosto de 2013

Poeira 2001

Característica diferenciadora: Persistência e complexidade.

Preço: 30€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18


Comentário:  Ora bem... por onde começar? Talvez por explicar que em Junho desafiámos o restaurante ".come" em Alcabideche para ser o anfitrião duma "mini prova vertical" de Poeira... 2001 a 2005.
A prova foi "cega", naturalmente, no que diz respeito aos anos de colheita.

Sou um adepto confesso de Poeira. É de longe o vinho que ao longo dos anos mais me fidelizou no Douro. É coerente na qualidade sempre de excepção e no carácter fiel aos anos em que se produz, reflectindo na garrafa muitas das características climatéricas dos anos em questão. O resto, o terroir, está sempre lá. É sempre excelente e apresenta-se desde 2001 com uma estabilidade de preço de mercado de louvar. E os cerca de 30€ a que normalmente o podemos encontrar (podem-se encontrar variações para cima ou para baixo não superiores a 10%) são muito bem empregues.
Para resumir o meu apreço e admiração por este vinho, e por quem o produz, obviamente, se tivesse de levar 2 ou 3 vinhos para uma prova com enófilos de "mundos diferentes", que representassem o que é um vinho de topo Português, provavelmente este seria um dos dois ou três que não seriam Bairrada...

Voltando à prova... deitado no copo com preceito, imediatos aromas evidentes de azeitona, lagar... Cor a demonstrar evolução, com o rubi a esbater-se em laivos mais castanhos. Adequado no entanto para os 12 anos que já conta. Opacidade média e bastante limpo e cristalino.
Algum vegetal, muito tímido, a fazer lembrar cascas de pinheiro seco. Mas muito ligeiro.
Na prova de boca, impressiona o extremo equilíbrio que ainda mantém. Elegância e equilibrio entre acidez e fruta sempre foram imagem de marca do Poeira e mantém-se 12 anos depois.
Acidez ainda presente, notas de fruta secundária, estilo ginja, mas muito ténue.
Vivo ainda na sua persistência, mantendo muita frescura no final e deixando o palato limpo e aromático. O sprint final deste vinho é impressionante, pois ele cresce bastante e "aperfeiçoa-se" à medida que respira.
Prova de boca melhor que a análise aos aromas, que são discretos e conduzidos essencialmente em aromas de azeitona madura, cuja continuidade na prova de boca, manifestam-se, mas aqui muito secundários.
Frescura. Muita frescura.
Acredito que continuará a evoluir bem, mas recomenda-se ir bebendo as de 2001 pois estão perfeitas para consumo imediato.

Provador: Mr. Wolf

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