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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Reserva Especial Ferreirinha 2001


Característica diferenciadora: Casa Ferreirinha... e a sombra do "Barca Velha", para o melhor e para o pior.

Preço: 50€


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 16,5.


Comentário: Bom...dado o mote com um grupo de amigos para uma Prova Cega subordinada a temas escolhidos caso a caso, esta Reserva Especial Ferreirinha 2001 foi levada para uma retrospectiva ao que foi 2001. Era o tema.

Excelente mesa para acompanhar os 3 vinhos... aguardava um lombo de porco preto assado no forno, minunciosamente confeccionado pelo caríssimo Bruno...3 decanter... minúncia na abertura sigilosa das garrafas, peculiaridades com a temperatura e, enfim, os 3 para a mesa (provado em conjunto com Quinta da Dôna 2001 e Luis Pato Vinha Pan 2001).

Ora bem... prova fantástica com 2 Bairradas (às cegas naquele momento) anteriores, e cai no copo (às cegas, obviamente) este Reserva Especial... castanho! Percebe-se que a comparação com os outros vinhos é sempre "complexa", mas é o que é.

Àlcool presente e ligeiro amargo na boca... desagradável, precisa respirar no copo.
Arejado e todos de "faro" apurado qual perdigueiro a descortinar se gostavamos ou não dos aromas, quando me chegou ao nariz carne (para mim é pior que chegar-me a mostarda ao nariz...), suspirei e calei-me para voltar ao vinho numa 2ª volta.

20 minutos depois, lá voltei. Melhor.
Mais verde, mais fresco e vegetal... com ligeiro cabedal. Mas as notas de "carne crua" tinham desaparecido.
Ganhou frescura, mas nunca se manifestou equilibrado. Com o tempo ganhou mais acidez. Mas o vinho oscila muito na prova, ora manifestando algum equilíbrio e acidez, ora caindo em aromas e palato manifestamente desagradáveis, amargos em demasia e àcidos.

Muitas "apostas" que seria um Douro. Mas não unânime.

Descortinado os vinhos em prova, foi uma desilusão para mim... sim, porque sou um adepto confesso da Casa Ferreirinha.
Porque o provei em Junho de 2012 e achei que a sombra do Barca Velha prejudica muito este vinho... sim, porque se em relação ao de 1997 consigo alimentar uma discussão sobre as hipotéticas possibilidades de ter sido declarado Barca Velha ou não, neste ano de 2001 não há margem absolutamente nenhuma para essa conversa. Não é de todo.
Desiludi-me porque bebi várias garrafas (felizmente) de 1992 e cheira a Ferreirinha e tem uma finesse  que este nunca terá.
Desiludi-me porque achei que talvez a garrafa que bebi em Junho (post aqui no blog), ou não teria sido feliz na abertura nesse dia ou na conjugação com a comida, ou estivesse "fora de forma". Não. Há que aceitar a evidência... se eu fosse um "rapaz" de confrontações, adorava prová-lo às cegas com o Colheita de 98 Ferreirinha, ou mesmo com um Quinta da Leda de 2000 para não ir mais longe. Mas com custos sem serem suportados pela minha carteira. É que só pelo nariz o vinho destoa. Não cheira a Ferreirinha.

Bom, por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera... não é assim? Não é por uma má experiência com as garrafas já bebidas de RE Ferreirinha de 2001 que as dezenas ou centenas de boas experiências que já tive desta casa se fragilizam. Mas que chateia, chateia.

Provador: Mr. Wolf 


4 comentários:

  1. Sem qualquer tipo de tratamento ou refinamento, ficam as minhas impressões tomadas na mesma prova a que se refere o Mr. Wolf.

    1ª volta: fresco, fino, muito elegante, Douro, muito complexo e persistente

    2ª volta: Café, Cabernet?, Alentejo, seja o que for, gosto muito!

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  2. Pois... Mas não parece Casa Ferreirinha! Muito menos um candidato a Barca Velha! E é esse "traço genético" que não tem que entristece. Isto, por um lado. Por outro, e em prova cega nada do que disse anteriormente se aplica, pela condição da prova em si, e nesse campo eu claramente encontrei no vinho mudanças drásticas em cerca de 30 minutos (entre a primeira volta e a segunda) e... Para mim... Piorou e muito! Admito que o vinho pode estar a "dar a volta" e não se encontre na melhor altura para beber, mas 2 garrafas em 7 meses com sensações muito parecidas, é estranho.

    E até vou mais longe... Admito a dificuldade, ou melhor, exigência para qualquer vinho com 12 anos em "bater-se" com 2 Bairradas em forma... Foi coincidência... Mas está aquém e muito do que devia ser...

    Mas posso ter tido azar... Provo outra.

    Abraço!

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  3. Muitos parabéns , pela completa descrição dos preliminares , prova e jantar.
    Concordo com o que ambos disseram ,acho que é um grande vinho, apesar de na parte final ele caiu ligeiramente mas para mim nunca deixou de ser o tal.
    Obrigado por este blogue e pela companhia na mesa.
    Abraço

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